Page 15 - O Elo - Outubro 2022
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Artigo
O desemprego é outro indicador E, quanto maior a idade, menor Quando se considera os tipos de
pior para o grupo das pessoas com é a taxa de desemprego. Quando se deficiência, a taxa de participação
algum tipo de deficiência: a taxa é de considera apenas o grupo entre 14 e das pessoas no mercado de trabalho
10,3%, ante 9% para os trabalhadores 29 anos, o desemprego era de 25,9% é maior entre aquelas com defici-
sem deficiência. Para ser classificada ência visual (37%) e auditiva (28%) e
como desempregada, a pessoa pre- entre as pessoas com deficiência e de menor entre aqueles com deficiência
cisa ter tomado alguma atitude para 18,1% entre aquelas sem deficiência. mental (5,3%), com mais de uma de-
buscar trabalho, como entregar currí- Na faixa etária de 60 anos ou mais, o ficiência (12,9%) ou com deficiência
culo ou procurar anúncios de vagas, desemprego era de 5,1% entre as pes- física (16,9% no caso das deficiências
por exemplo. soas com deficiência e 2,6% para as
Na publicação, os pesquisadores pessoas sem tal condição. em membros inferiores e 17,9% na de
destacam que, embora possa pare- “Há uma diferença muito grande membros superiores).
cer pequena, a diferença é relevante. de como pessoas com deficiência se Em termos de formalização, as pes-
Isso porque as pessoas com deficiên- soas com deficiência auditiva apre-
cia são relativamente mais idosas que engajavam no mercado de trabalho sentaram o melhor indicador (40,4%),
as pessoas sem deficiência. O Brasil em relação às pessoas sem deficiên- ao passo que o pior foi identificado
tinha, em 2019, um total de 17,2 mi- cia. A taxa de formalização também é para as pessoas com mais de uma de-
lhões de pessoas com algum tipo de bem distante. E vemos diferenças en- ficiência (27,3%). As maiores taxas de
deficiência, o que correspondia a 8,4% tre os diferentes tipos de deficiência”, desocupação foram registradas entre
da população naquele momento. diz o analista do IBGE Leonardo Athias. as pessoas com deficiências mental
(12,4%) e visual (11,9%), enquanto as
menores, entre aquelas com aquelas
com deficiência física nos membros
superiores (8,9%).
Outro aspecto abordado na pes-
quisa é o rendimento do trabalho. As
pessoas com deficiência recebiam em
2019, em média, R$ 1.639 mensais, isto
é, cerca de dois terços do rendimento
das pessoas sem deficiência (R$ 2.619).
Os valores menores das pessoas com
deficiência aparecem em todos os
grupos de atividades econômicas. As
pessoas nesta condição estavam mais
concentradas nos segmentos com ren-
dimentos médios relativamente meno-
res, como serviços domésticos, agrope-
cuária e alojamento e alimentação.
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