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Fotos: Arquivo Pessoal
        vestibular da Escola de Arte Dramática”.
        Delurdes se preparou e passou.
           Para cursar a faculdade e a escola
        de arte dramática e ainda trabalhar,                                                   A peça foi um
        Delurdes  precisou  administrar  bem  o                                                dos destaques
                                                                                               de Delurdes
        seu tempo. De manhã cursava a Fa-                                                      no teatro, em
        culdade de Direito Mackenzie, à tarde                                                  2018.
        trabalhava como estagiária para pa-
        gar a pensão, e à noite frequentava a
        Escola de Arte Dramática, na USP, ten-
        do concluído os dois cursos em 1971.
        Diplomas nas mãos, Delurdes passou a
        se dedicar aos estudos para os concur-
        sos públicos na área do Direito até que,
        em 1975, foi aprovada no concurso
        para Auditora Fiscal do Trabalho, carrei-
        ra que exerceu por 28 anos, “com muita
        alegria e orgulho”. Conciliar o trabalho
        de atriz e o de AFT não foi problema
                                                      Delurdes em
        para a disciplinada Delurdes. “Normal-       cena no teatro,
        mente, nos dias de semana, de manhã           onde se sente
        e à tarde eu fazia meus plantões ou mi-         mais plena.
        nhas diligências. À noite e finais de se-
        mana eu me dedicava ao meu trabalho
        como atriz. Sempre deu certo”, revela.
           Delurdes sempre dedicou mais
        tempo à carreira como atriz do que
        como poeta. Adora atuar no cinema,
        TV, seriados, mas é no teatro que ela
        diz se sentir mais à vontade.  “Consi-
        derando que o teatro exige memória
        impecável, voz potente e capacidade
        de provocar emoções sinceras, com
        imediata reação do público, eu me sin-
        to plena quando usufruo da plenitude                                                   A artista
        desse espaço.”                                                                         contabiliza mais
           A atriz e poeta também já compôs                                                    de 50 espetáculos
        as  músicas “Samberê”, “A  Vizinha”  e “A                                              na carreira.
        dor do amor”, mas avisa: “A composito-
        ra me visita menos amiúde. É inspira-
        ção que chega pedindo passagem. Eu
        sou assim, um pouco atriz, um pouco
        poeta e às vezes compositora. Estas
        três vivem dentro de mim e quase me
        deixam louca. Uma loucura feliz, pacífi-
        ca e deliciosa.”.
           A  pandemia pode ter diminuído
        o ritmo de trabalho de Delurdes, mas
        não sua vontade de aprender, se lançar          Delurdes:
        a novos desafios e de viver. Enquanto        Vigor, disciplina
        não surge um novo trabalho, ela es-         e modéstia para
        tuda violão, “sem compromisso” e vai          fazer comédia.
        memorizando seus poemas.  “Deste
        modo, espanto o tédio, fortaleço mi-
        nha memória e afugento o Alzheimer”,
        diz bem-humorada.


                                                                                               www.sinpait.org.br   09
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