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Outro Prisma




                                 A versão artista visual


                              da AFT Laydes Pimenta






        Fotos: Arquivo Pessoal
                                            arte, pela cor…” admite a pintora.  lai Lama em aquarela, e o presenteou.
                                               É também em Guarujá - cidade  Laydes começou a expor seus traba-
                                            onde Laydes mora atualmente, que  lhos em 1983, na Galeria Franulic, em
                                            está seu mais recente trabalho, uma  São Paulo. De lá para cá foram inú-
                                            pintura abstrata  de 10m2 com alusão  meras exposições, dentre as quais ela
                                            à cerveja e à música, na Cervejaria Ar-  destaca a mostra coletiva “12 Disciples
                                            tesanal L’ Atitude Beer.            des Arts” (12 Discípulos da Arte), com-
                                               Formada em Direito pela PUC-Cu-  posta por 12 pintores brasileiros, reali-
                                            ritiba, Laydes Pimenta começou a se  zada em Paris, na França. Laydes levou
                                            interessar pela pintura quando ainda  para lá, a coleção de retratos “Minhas

                                            era uma menina, influenciada pelo pai  Meninas”. “Fiz um tributo ao sagrado
                                            que “desenhava muito bem”, segundo  feminino que toda mulher traz consi-
                                            conta. Seu primeiro retrato ela fez aos  go na alma. São pinturas em acrílico,
                                            11 anos, era de uma menina; aliás, as  agrupadas, mostrando a força e a be-
                                            mulheres  estão  muito  presentes  em  leza feminina, independentemente de
                                            suas obras. “Enfatizo o feminino, gosto  sua origem”.

                                            muito de retratar mulheres, ora com   A artista, que define sua obra como
                                            um toque naif, ora mais contemporâ-  “pintura abstrata e retratos contempo-
        Laydes Pimenta                      neas. É a minha homenagem a todas  râneos”, tem entre seus pintores prefe-
                                            nós, guerreiras, sensíveis, acolhedoras”.  ridos, Picasso, Renoir, Van Gogh, Monet,
           A Praia do Tombo, uma das mais   Apesar  de  predominar  em sua obra,  Tarsila do Amaral e Beatriz Milhazes.
        belas de Guarujá, no litoral paulista,   a mulher não é a única inspiração de   Atualmente Laydes está pintando
        está ainda mais bonita e colorida.   Laydes.                            uma série de nus. Ainda não sabe se
        Logo na primeira quadra, é possí-      Sua cidade natal, Cornélio Pro-  vai expô-los e enquanto não decide,
        vel  admirar dois  murais  da nossa   cópio, onde viveu por 23 anos, ela  vai vivenciando arte, que para ela “é
        colega, a AFT aposentada, Laydes    já retratou em 70 aquarelas.  Além  a forma de expressar meu lado mais
        Borges Pimenta, na sua versão ar-   dos pontos turísticos, Laydes pintou  bonito… é um convite ao mundo
        tista visual. Em um dos murais, de   também as casas de alguns amigos,  colorido que tenho aqui dentro”.
        40 metros, estão alguns retratos de   mergulhando nas doces lembranças  Você pode conferir o trabalho de Lay-
        mulheres da série que a pintora in-  da sua infância e juventude. Foi uma   des no Instagram @laydespimenta  @
        titulou “Minhas Meninas”.           exposição importante porque além    laydespimenta.art
           Já fez 100 em telas e o ano passado   de homenagear sua cidade, Laydes
        começou a pintar na parede de Gua-  pôde  ajudar  a  comunidade  carente
        rujá. O outro, de 40 metros, é o Mural  local, pois foi uma mostra benefi cen-
        do Surf, onde a artista pintou pranchas  te. “Uso meu talento com trabalhos
        de surf coloridas, algumas de surfistas  voluntários, aulas de arte. Faço tam-

        que ali frequentam e outras tantas  bém  exposições  com  fi ns  lucrati-
        criadas por ela mesma.              vos para instituições sociais”, revela.
           Trabalho duro, pois foi preciso ras-  Partindo para o lado espiritual, em
        par o muro todo irregular, e prepará-lo  uma viagem mística ao Peru, Lay-
        para Laydes pintar  “suas meninas” e  des pintou o topo do Machu Picchu,
        suas pranchas, algumas ainda em fase  sentada numa pedra, por três horas e
        de acabamento. Mas valeu a pena. “Foi  meia; a aquarela faz parte do seu acer-
        a experiência mais fantástica que já  vo pessoal.
        vivi. Este tête-a-tête com as pessoas,   Na Índia, fez uma Thangka, pintura   Laydes: pintura abstrata e retratos
        as mais diversas, e sua admiração pela  budista tibetana onde retratou o Da-  contemporâneos
        06   www.sinpait.org.br
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