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Outro Prisma





                      Rosilene Ferreira: “A pintura é


                                  parte da minha vida”






        Fotos: Arquivo Pessoal
                                            de Direito do Largo São Francisco e  sua trajetória como pintora. A partir
                                            depois ingressado no serviço públi-  de um cartão postal de Natal, em
                                            co, Rosilene não tem dúvidas que  1964, pintou, numa tela de 1,00m x
                                            teria feito da arte seu meio de vida.  1,50 m, a praça Piazza delle Erbe,
                                               “A pintura é parte da minha vida.  em  Verona, na Itália.  Vinte e três
                                            É um lazer que me envolve por  anos depois, ela pôde ver, pela pri-
                                            completo, sempre fui muito feliz  meira vez, ao vivo, esta paisagem.
                                            em meus projetos”, admite. Assim,  “Foi emocionante visitar essa praça
                                            ao longo da vida, Rosilene foi conci-  vários anos depois”, confessa.  Ro-
                                            liando a carreira de Auditora-Fiscal  silene visitou outras quatro vezes a
                                            do Trabalho, na qual ingressou em  praça, e a tela ainda hoje decora a
                                            1977, com a pintura. Participou de  sala de estar de seu apartamento.
                                            várias exposições individuais e co-     De estilo livre tendendo para
                                            letivas como no Museu de Arte Sa-   o impressionismo, Rosilene sempre
                                            cra em Embu, Galeria Arte Própria,  trabalhou com crayon e óleo sobre
                                            Salão de Artes Plásticas – Astra,  tela, porém, mais recentemente, ex-
                                            Universidade São Judas, Faculda-    perimentou outras técnicas como
                                            de  São  Francisco,  Faculdade  Cas-  fotos em preto e branco coloridas
                                            per Líbero e todos os anos, ilustra  com lápis de cor, tinta acrílica, mas-
                                            com uma pintura, o calendário do  sa acrílica moldada e tinta vitral.
                                            SINPAIT.                            Rosilene também aproveitou o pe-
                                               Mais recentemente, atendeu al-   ríodo de confinamento imposto
        Rosilene da Costa Ferreira          guns pedidos de amigos para fazer  pela pandemia para novas ativida-
                                            algo original, mais particular e úni-  des e reviver antigas paixões.
                                            co em suas casas, como um qua-        Dedicou-se ao artesanato, pro-
                                            dro de  jardim, um  canto especial,  duzindo luminárias com materiais
           A AFT Rosilene da Costa Ferrei-  uma paisagem da terra natal. Aliás,  recicláveis, leu muito, aventurou-se
        ra era uma adolescente de 13 anos  paisagens e marinas são os temas  na culinária e voltou para o piano,
        quando começou a frequentar aulas  prediletos de Rosilene.  “Amo es-    que tocava esporadicamente. “Es-
        de desenho que o pintor aposenta-   paços abertos, horizontes infinitos   tudei piano clássico por 11 anos,
        do Cláudio Biancardi ministrava nas  que me fazem sonhar aventuras”,    dos 7 as 18. A faculdade, a família e
        tardes de sábado, na garagem da  justifica.                             depois a vida profissional me afas-
        casa dele, para a garotada do bairro   O processo de criação da artis-  taram  da música,  que exige muita
        paulistano de Casa Verde, onde ela  ta continua o mesmo desde que  disciplina e dedicação. A pandemia
        nasceu e foi criada. Mal sabia o sau-  iniciou na pintura. Geralmente par-  me fez retomar mais assiduamente”.
        doso pintor, que aquelas despre-    te de uma fotografia onde escolhe     Quanto à pintura, embora o rit-
        tensiosas aulas que Rosilene fez por  a cena que vai levar para a tela. “A  mo tenha diminuído, por com con-
        alguns  meses,  iriam  inspirá-la  para  fotografia torna o processo criativo  ta de certos limites como acuidade
        seguir pintando vida afora. O mes-  mais fácil porque perpetua o mo-    visual  e  mobilidade,  ela  continua
        mo pintor, “maravilhoso e paciente”,  mento e, dentro dele, a imaginação  tendo  muita  importância  na  vida
        posteriormente, lhe ensinou os ru-  se expande. Não se trata de uma có-  de Rosilene.  “Quem gosta da pin-
        dimentos da pintura à óleo. Depois  pia fiel, mas de criação sobre uma  tura não consegue ficar longe dela.
        ela seguiu sozinha como autodida-   imagem que foi real”, explica.      Os pincéis, telas, tintas clamam por
        ta. Nunca pintou profissionalmente,    Foi assim que produziu a obra  expressão. É quase como uma im-
        mas se não tivesse feito a faculdade  que considera a mais marcante de  posição inconsciente”, conclui.

        06   www.sinpait.org.br
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