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Outro Prisma
O trabalho prazeroso e recompensador
do AFT Luis Alexandre como ator
Foto: Arquivo Pessoal
bém uma formação humanística que
me tornaram a pessoa que sou hoje.”
Embora já estivesse envolvido pelo
teatro, quando Alexandre teve que
escolher uma carreira profissional, o
interesse pelo Direito falou mais alto.
Assim, em 1990, ingressou na Faculda-
de de Direito da Universidade de São
Paulo, onde graduou-se em 1994, e
no ano seguinte, já atuava na Inspe-
ção do Trabalho. Mas o gosto pelo te-
atro ainda estava latente e seu nome
continuava a ser lembrado no meio.
“Mesmo no tempo de faculdade, e
depois de começar a exercer a função
de Auditor-Fiscal do Trabalho, nunca
deixei de ser convidado por grupos
de teatro de São Paulo para atuar em
montagens teatrais.”
Na Banda Mirim com a família
Luis Alexandre no espetáculo caipira “Sapecado”. Foto: Fábio Meireles Mas um convite em especial fez
diferença na carreira de ator de Luis
Alexandre. Foi em 2008, quando dois
Quem vê o Auditor-fiscal Luis Ale- gressou no grupo de teatro juvenil de artistas com quem ele trabalhou na
xandre Faria em campo, dedicando-se sua cidade natal, São José do Rio Par- época da adolescência, e que tam-
à árdua missão de combate ao traba- do. “Foi um universo completamente bém eram de sua cidade - o diretor e
lho análogo ao de escravo, correndo mágico que se abriu, ainda naqueles dramaturgo Marcelo Romanholi e a
riscos e enfrentando desafios, não anos de adolescente, com uma vivên- atriz Cláudia Missura - chamaram Ale-
imagina de onde vem tanta determi- cia intensa baseada no contato com xandre para entrar para a Banda Mirim.
nação, coragem e sensibilidade para as manifestações artísticas, como mú- Na época, a Banda Mirim - grupo de
com o sofrimento alheio. Pois é nos sica, artes plásticas, cinema, literatura, artistas e criadores radicado em São
palcos, como ator e cantor, que Ale- dança... “, recorda-se. Paulo que combina em seus espetá-
xandre se revigora. “Digo sem errar Logo Luis Alexandre começou a se culos música e teatro -, estava desen-
que fui formado, como ser humano apresentar com o grupo, inclusive via- volvendo um projeto de uma peça
completo, pelo teatro. É a arte a quem jando para outras cidades, com peças infantil caipira. “Tudo tinha a ver com
devo minha sensibilidade, meus laços de temática infantil e adulta. Ele conta nosso universo do interior, meio que
humanos mais fortes e as habilidades que o grupo era muito reconhecido e Guimarães Rosa! E que acabou viran-
sociais das quais mais lanço mão na tinha um nível artístico que se desta- do o premiadíssimo espetáculo Sape-
minha vida. Inclusive, por que não, na cava no cenário do teatro juvenil do cado”, conta.
minha atividade como Auditor-Fiscal estado de São Paulo. “Ali, na segunda Ajudou também o fato de Alexan-
do Trabalho”, revela. metade da década de 80, tive contato dre já estar casado com Simone Ju-
Luis Alexandre começou a se inte- com todos os autores de dramaturgia lian, musicista e integrante da Banda
ressar pelo teatro e pela música muito da história, o que me deu uma base Mirim. Nunca mais ele saiu do grupo.
cedo, ainda com 13 anos, quando in- de manifestação artística, mas tam- “A Banda Mirim é, como brincamos,
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