Page 3 - O Elo - Abril de 2025
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Entrevista



                                     Uma vida dedicada à

                                  fiscalização do trabalho






           Marcos Antônio Figueiredo encerra uma                pelo compromisso  com a defesa  dos direitos  dos
        trajetória de mais de 40 anos no serviço público,       trabalhadores.  De Auditor Fiscal do Trabalho
        dos quais  15 anos  como Gerente  Regional do           em regiões desafiadoras do Mato Grosso do Sul a
        Trabalho em Araçatuba, interior de São Paulo            Gerente Regional em Araçatuba, Marcos acumulou
           Poucas histórias profissionais são tão marcadas      experiências,  enfrentou  mudanças profundas na
        pela dedicação ao serviço público quanto a de           legislação e no próprio modelo de fiscalização, sem
        Marcos Antônio Figueiredo. Aos 20 anos de idade,        jamais perder o vínculo com a missão pública. Em
        ele iniciou  sua trajetória no  Instituto Nacional      entrevista para O Elo, ele relembra momentos de
        do Seguro Social (INSS) e, ao  longo de quatro          sua caminhada, conta curiosidades da carreira e
        décadas, construiu uma carreira sólida, movida          compartilha seus planos para a nova fase da vida.




                                                                Foto: Arquivo Pessoal
           Como  foi  o  início  da  sua  trajetória  no  serviço
        público até chegar à Auditoria Fiscal do Trabalho?
           Comecei no INSS, em 1983, logo aos 20 anos. Fiquei
        lá até 1995, atuando como Chefe de Apoio à Fiscalização.
        Depois, passei para a Justiça Federal como Analista
        Judiciário. Foi uma experiência interessante, mas logo
        veio o concurso para Auditor Fiscal do Trabalho, e em
        1996 assumi o cargo em Campo Grande (MS). Na época,
        a distribuição das vagas era estadualizada, e o Mato
        Grosso  do Sul era  mais  próximo  de  Araçatuba,  onde
        sempre residi.


           Quais foram os principais desa os que encontrou
        nas primeiras experiências como auditor?
           Trabalhei inicialmente em Campo Grande, depois
        em Paranaíba e Três Lagoas. As condições eram muito
        diferentes do que vemos hoje. Toda a documentação
        era feita manualmente, usando máquina de escrever. Em
        cidades menores, como Paranaíba, o trabalho era ainda
        mais desafiador — fiscalizávamos carvoarias, plantações


        e serrarias em dupla. Enfrentamos situações tensas,

        incluindo ameaças durante fiscalizações em áreas

        rurais, principalmente quando identificávamos trabalho
        degradante.
           Você percebeu mudanças concretas no ambiente
        de trabalho nessas regiões ao longo do tempo?

           Sim. A atuação da fiscalização provocou melhorias
        importantes. Vimos avanços na oferta de moradia para
        trabalhadores rurais, no fornecimento de equipamentos
        de proteção e em condições gerais de trabalho. Era um
        processo lento, mas houve progresso. Poder contribuir   Marco Antônio Figueiredo em sua mesa na Gerência  Regional
        para isso foi muito gratificante.                        de Araçatuba, cadeira que ocupou por 15 anos


                                                                                               www.sinpait.org.br   03
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