Page 3 - O Elo - Maio de 2025
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Entrevista




                          “Precisamos ser protagonistas

                                 do nosso próprio papel”





           Radicado há mais de 30  anos na Bahia, o             categoria e, hoje, é vice-presidente da entidade.
        gaúcho Mário Diniz é daqueles profissionais que         Mais recentemente, vem se destacando nas redes
        sabem  transitar  com naturalidade  entre  o rigor      sociais com análises rápidas  e críticas sobre os
        técnico da fiscalização trabalhista e a articulação     temas mais urgentes do universo laboral.
        política no mundo do trabalho.                             Nesta entrevista à Revista O Elo, Mário Diniz
           Auditor-Fiscal desde 2007,  ele construiu  sua       fala sobre os desafios da carreira, a importância
        trajetória  dentro da Superintendência Regional         do diálogo com o movimento sindical, o projeto
        do Trabalho da Bahia e, ao longo dos anos, ocupou       de criação de uma Lei Orgânica para  o Fisco
        diferentes funções institucionais e sindicais.          Trabalhista  e a necessidade de reposicionar
           Foi chefe  da Seção de Relações do Trabalho          a Auditoria-Fiscal do Trabalho no cenário
        em Salvador, presidiu o sindicato estadual da           institucional brasileiro.






                                                                Foto: Arquivo Pessoal
           Você tem uma atuação intensa no mundo do
        trabalho, tanto como auditor quanto como articulador
        político. Como começou essa trajetória?
           Entrei na carreira em 2007, já morando na Bahia,
        onde vivo há três décadas. Sou formado em Direito
        e atuei, nos anos 1990, como advogado de diversas
        entidades sindicais. Esse vínculo com o movimento
        sindical foi fundamental para minha formação como
        auditor. Na Superintendência da Bahia, passei por várias
        áreas: saúde e segurança, combate ao trabalho escravo,
        mediação coletiva. Em 2015, fui eleito presidente do
        nosso sindicato estadual e intensificamos o diálogo com

        diferentes atores sociais: academia, Ministério Público,
        Judiciário e entidades sindicais. Sempre acreditei que
        a carreira precisava sair do isolamento e se posicionar
        como protagonista no mundo do trabalho.

           A articulação política aparece como um traço forte
        da sua atuação. Isso vem também de uma militância
        partidária?
           Sim. Já fui candidato a vereador e a deputado
        federal. Essas experiências ampliaram meu olhar
        sobre a comunicação política e a importância de
        ocupar  espaços  institucionais.  Utilizar as  redes  sociais
        surgiu nesse contexto: primeiro como necessidade de
        campanha e depois como convicção. Hoje, mantenho
        publicações semanais com comentários sobre temas
        relevantes da área trabalhista. O retorno tem sido muito
        positivo, especialmente entre os colegas que querem     “Estamos trabalhando, por meio da Anafi tra, na construção de
        ver a carreira mais presente no debate público.         uma proposta de Lei Orgânica da Auditoria-Fiscal do Trabalho...”



                                                                                               www.sinpait.org.br   03
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